quarta-feira, 25 de maio de 2016

Críticas ao PPA apresentadas em artigo são corroboradas pelo TCU

O Tribunal de Contas da União publicou o acórdão nº 948/2016, resultado de levantamento realizado pela Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag) com o objetivo de comparar boas práticas orçamentárias estabelecidas por instituições internacionais com aquelas adotadas pela Administração Pública Federal no Brasil.
Dentre os pontos destacados, o TCU aponta a fragilidade da coordenação na condução das políticas públicas, apontando, dentre outros pontos, argumentos apresentados no artigo "Comentários sobre o PPA 2012-2015: gestão por resultados ou painel de políticas?", apresentado no Congresso Consad em 2013 e publicado posteriormente pela Revista Brasileira de Planejamento e Orçamento.


1.                                Nesse ponto, convém transcrever trecho extraído do trabalho intitulado Comentários sobre o PPA 2012-2015: Gestão por resultados ou Painel de Políticas?, de autoria de Luiz Fernando Arantes Paulo (Brasília, 2013, p. 17):
‘A ideia de implementação do plano parece ser de que os atores promovam, espontaneamente, articulações que viabilizem a realização das metas. É uma concepção, na melhor das hipóteses, ingênua, que ignora a dinâmica de departamentalização e a tendência de inércia na administração pública. Por mais, vimos que o modelo de gestão do PPA não se preocupou em atribuir responsabilidades pelas metas governamentais, o que dificulta a identificação dos atores e a coordenação de esforços. Vale afirmar que a institucionalização dos arranjos de gestão atende a princípios constitucionais da administração pública, previstos no art. 37 da Carta Magna, quais sejam: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Dito isto, o fato do Ministério do Planejamento não ter estabelecido um modelo de gestão, e mais, ter desarticulado o até então existente [Unidades de Monitoramento e Avaliação (UMA), os gerentes de programa e os coordenadores de ação], se apresenta mais como um obstáculo à articulação de meios para a implementação de políticas do que uma alternativa de solução.’